Disrupção digital na saúde: estratégias para um futuro saudável

6 de Dezembro de 2023 | Hever Costa Lima

Os desafios da jornada de letramento digital para o profissional de saúde

Crédito: Rawpixel – Freepik.com

A jornada Health Care Trek discute a estruturação dos negócios com soluções sustentáveis para o mercado da longevidade

Na última segunda-feira, 04 de dezembro de 2023, durante o evento “Longevidade e Inovação”, realizado pela HIHUB.TECH e health innova.hub, que contou com patrocínio da Shift e Docctor MED Franchising, e apoio de Fin-x, Go health, Redfox, Saúde da Gente e Emmitec, executivos uniram-se em torno da temática longeva e trouxeram pontos importantes, que você pode conferir abaixo. 

O Brasil está vivendo a revolução da longevidade, com um crescimento exponencial da população com 60 anos ou mais. De acordo com o Censo 2022 do IBGE, essa faixa etária já representa 15,8% da população total, um aumento de quase 46% em relação ao Censo de 2010. 

Este cenário traz enormes desafios e oportunidades, como a crescente demanda por serviços de saúde, o aumento da população com doenças crônicas e a falta de geriatras e profissionais especializados no cuidado da população 60+. Para enfrentar com sucesso os desafios da longevidade, será necessário muito empreendedorismo, inovação, políticas públicas e educação. 

A discussão sobre longevidade e inovação no segmento da saúde tem ocorrido na jornada Health Care Trek promovido pela HIHUB.Tech, um ecossistema digital para empreendedores, com o propósito de estruturar o negócio com soluções sustentáveis, para a longevidade. 

A disrupção digital está causando um impacto significativo na área da saúde, gerando novas tecnologias, aplicações e grandes conjuntos de dados que modificam os processos do cuidado. Os profissionais multidisciplinares de saúde precisam adquirir novas habilidades e ferramentas estratégicas para embarcar em sua jornada de letramento digital.

Fernando Cembranelli, médico e CEO da HIHUB.Tech, destaca que estamos vivendo um momento de reflexão sobre as habilidades que o profissional de saúde do futuro precisará ter. Ele enfatiza que, além da inovação e das novas tecnologias que estão remodelando o setor de saúde, precisamos nos preparar para a transformação demográfica que o Brasil está vivendo. 

A população está envelhecendo e a demanda por profissionais de saúde, como terapeutas e geriatras, está aumentando. Cembranelli ressalta a necessidade de mais profissionais especializados para atender a nossa população madura. “Apesar da euforia com a inteligência artificial e a tecnologia, temos um problema de base sério. Precisamos de profissionais que estejam prontos para atender a nossa população frente a essas novas demandas”, conta. 

Martin Henkel, CEO e fundador da SeniorLab e professor de Marketing 60+ na Fundação Getulio Vargas (FGV), destacou que em 2023 a renda total da população brasileira com 60 anos ou mais será de um trilhão e 60 milhões de reais. Essa renda se transforma em consumo, economia, recursos e despesas, inclusive de saúde. 

Henkel mencionou os desafios da digitalização dessa população que precisará do acesso à tecnologia, como smartphones e internet, e a necessidade de habilidades básicas para o uso das ferramentas. “Os desenvolvedores de sistemas também precisam encontrar soluções para tornar a navegação mais fluida, fácil de entender e amigável”. 

Os dados do governo federal revelam que, no Brasil, entre as pessoas de 60 a 69 anos, cerca de 7% são analfabetas e 31% não concluíram o ensino fundamental. Isso afeta diretamente a capacidade dessas pessoas de ler e interpretar informações. A situação é ainda mais crítica entre as pessoas de 70 a 79 anos, onde a taxa de analfabetismo chega a quase 20% dessa população. Esses números destacam a necessidade urgente de políticas públicas de educação voltadas para a inclusão digital desse grupo etário. 

As organizações esforçam para mitigar os riscos de vazamentos de dados e violações de privacidade
Crédito: Divulgação

Interação 

O smartphone é a ferramenta mais popular entre os brasileiros e a forma predileta de se interagirem com as novidades tecnológicas. De acordo com a pesquisa feita pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da FGV, 76% dessa população possui um smartphone. No entanto, muitos desses indivíduos não têm o ensino fundamental completo, o que pode dificultar a sua capacidade de interpretar informações e interagir com a tecnologia. 

A tela de um smartphone tornou-se a principal forma de acesso à internet para essa população. “É nesse pequeno espaço que precisamos criar nossas comunicações e interações com esse grupo etário”, diz Henkel. 

Profissionais Qualificados  

Silvia Scagliarini, CEO e fundadora da Vivmais Saúde&Longevidade, destaca que 42% da população com 60 anos ou mais vive sozinha. Isso representa muitas pessoas que precisarão de apoio e suporte. Além disso, 62% dessa população já está em processo de fragilização e quase 24% têm necessidades especiais.

A formação do cuidador é crucial para a evolução do mercado da longevidade.  Tornou-se fundamental fomentar a qualificação dos profissionais de saúde aptos a interagir com a tecnologia e com habilidades para solucionar os desafios as famílias encontram para cuidar dos idosos com dificuldade de mobilidade e redução da cognição, por exemplo.  

Ultrapassar o obstáculo de manter os maduros morando sozinhos em suas próprias residências, mas com todo o aparato necessário para que eles possam viver bem, depende das inovações tecnológicas. 

Tendência 

A Silver Hub, uma plataforma focada no segmento 50+, está acelerando produtos e serviços que apostam no binômio de viver mais e melhor. A empresa incentiva startups a desenvolverem biotecnologia, um campo relevante para o mercado da longevidade. 

Cristián Sepúlveda, CEO da Silver Hub, expressou uma perspectiva positiva sobre as oportunidades de negócios nesse segmento. Ele observou que o Brasil e a América Latina estão apenas começando a explorar essas oportunidades. 

Além disso, Sepúlveda observou que o segmento 50+ consome quatro vezes mais saúde do que outras faixas etárias. Isso indica que a tendência dos negócios em longevidade irá prosperar na América Latina. 

O evento pode ser assistido, na íntegra, neste link.

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The Silver Economy

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