15 de Junho de 2025 | Redação The Silver Economy

Crédito: Marcus Aurelius – Pexels
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia ressalta a importância da denúncia e comenta os principais tipos
De acordo com dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), nos primeiros meses de 2025, o número de casos de violência contra os idosos no Brasil aumentou 38%, com mais de 65 mil denúncias registradas. O número chama atenção e reforça um cenário bastante alarmante, pois muitos são vítimas de abusos em suas próprias casas.
Diante desse cenário, datas como o dia 15 de junho, quando é celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, são cada vez mais importantes para expor um problema crônico, muitas vezes ignorado pela sociedade e autoridades. Assim, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) reforça a importância de se denunciar e chama a atenção para os diferentes tipos de violência que a população 60+ está sujeita.
A presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG, Dra. Naira Dutra Lemos, ressalta que todo tipo de maus-tratos é grave. No entanto, faz um alerta à violência psicológica que, muitas vezes, é feita de maneira contínua e sutil. “Trata-se de uma violência velada. Infelizmente, a população idosa não relata para os profissionais da área da saúde que sofrem esse abuso emocional, por terem vergonha e receio de denunciar o agressor. Só ficamos sabendo quando a pessoa toma coragem e revela o fato.”
Fique de olho
Dra. Naira revela que em alguns casos a pessoa idosa apresenta sinais de que está em uma situação de vulnerabilidade. Ela explica que quando a violência é física é possível identificá-la em consulta, já que ela deixa marcas, como manchas e hematomas. “É fundamental ficarmos atentos aos sinais não visíveis, como o isolamento social e o medo de falar. Geralmente isso ocorre quando estão perto dos agressores. E isso acontece, principalmente, pelo medo de represálias”, relata a presidente do departamento, ao afirmar que é extremamente necessário melhorar a comunicação com as pessoas idosas, para deixá-las tranquilas e à vontade para sobre os casos de maus-tratos. “Outro ponto importante é evitar a infantilização. Tratar como `vozinho`, por exemplo, que deve ser poupado de alguns assuntos, faz com que o idoso se sinta humilhado, sentindo-se à margem dos principais assuntos da família, e isso torna a comunicação ainda mais difícil.”
Como denunciar?
Quem presenciar ou tiver conhecimento de algum um caso de violência contra uma pessoa idosa deve fazer a denúncia, que pode ser feita pelo Disque 100, pelo Centro de Atendimento à Mulher (Ligue 180), pelo Conselho Municipal do Idoso da sua cidade ou pela Polícia Militar do seu Estado (Ligue 190).