6 de Dezembro de 2023 | Hever Costa Lima
O colaborador sênior busca novas possibilidades de ocupação e renda e realização profissional
Crédito: Freepik.com
Um olhar sobre a busca de profissionais acima de 50 anos por novas oportunidades de trabalho, aprimoramento de habilidades e satisfação profissional
O mercado de trabalho para profissionais acima de 50 anos está em constante evolução e impulsionado pelo crescimento da população sênior. Os dados do IBGE indicam que 57% da força de trabalho do Brasil será composta por pessoas com 45 anos ou mais em 2040. Isso indica o impacto da mudança demográfica na demanda por trabalho no país, para a geração X e Y, que são os nascidos a partir de 1965.
No cenário desenhado pelo estudo feito pela plataforma de dados EY e a Maturi, uma startup especializada no mercado de trabalho dos maduros, revela que as organizações têm programas e ações sólidos em relação a gênero, raça/etnia, PcD e LGBTQIA+, mas ainda estão nos primeiros passos para combater o etarismo. A pesquisa na íntegra pode ser acessada aqui.
Os resultados do estudo são alarmantes. A necessidade e a disposição dos profissionais experientes para permanecer no mercado de trabalho continuam a crescer. No entanto, as empresas não têm evoluído significativamente em suas ações para esse público, criando uma lacuna ainda maior no tema.
Os dados atuais da pesquisa revelam que 93% dos profissionais maduros estão em busca de recolocação no mercado de trabalho. Menos de 30% são aposentados e 47% estão desempregados ou sem uma ocupação que gere renda.
A maioria dos entrevistados pelo levantamento (73%) está insatisfeita com sua posição atual. Cerca de 30% dos respondentes são os chamados “nem-nem maduros”, um grupo de pessoas que não está trabalhando e não é aposentado. Todos classificados dessa forma estão buscando recolocação.
O estudo sugere que os profissionais maduros estão buscando novas possibilidades de ocupação e renda, motivados não apenas pela necessidade de geração de renda e insatisfação com a situação atual, mas também pela busca por realização e novas possibilidades de atuação.
Aprimorar habilidades, também conhecido como “upskilling”, é uma preocupação significativa para os maduros. De fato, quase 90% deles participaram de algum curso nos últimos anos. Os mais populares são Marketing (22%), Excel (17%) e Power BI (11%).
Trabalho 50+: Em 2006, profissionais com mais de 50 anos representavam 12,6% dos postos ocupados. Em 2020, esse índice saltou para 19%, um aumento de 51%2.
Embora a maioria das empresas (61%) afirme que as ações estruturadas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) é uma questão estratégica em suas organizações, com ações em andamento e em planejamento, o etarismo ainda não é considerado um tema crítico para 42% das organizações.
Mais do que uma questão de Recursos Humanos ou DEI, o combate ao etarismo deve ser tratado como uma questão de negócio. Isso porque o etarismo custa bilhões de dólares à sociedade e exige um esforço conjunto do setor privado, governo e sociedade para ser efetivamente combatido. Portanto, é essencial que as empresas reconheçam a importância de abordar essa questão e tomem medidas para promover a inclusão e a diversidade etária em suas organizações
O estudo sobre o etarismo contou com 191 empresas participantes, sendo 43% grandes empresas (receita bruta anual superior a R$ 300 milhões), 35% com até 1.000 colaboradores diretos e 18% com mais de 10.000 colaboradores diretos.
Panorama
Um levantamento feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial mostrou que as contratações de profissionais com mais de 50 anos mais do que dobraram em 15 anos. Porém, apesar dos avanços, o crescimento ainda não vem sendo igual para todos. Entre os contratados os homens são maioria, enquanto as mulheres representam 42%.
Contratar profissionais sênior pode trazer muitos benefícios para uma empresa, incluindo a criação de um ambiente com mais diversidade geracional, aumento da criatividade e inovação, melhora do clima organizacional, redução da taxa de turnover e melhora do resultado financeiro da empresa.
No entanto, ainda existem desafios a serem superados. O etarismo, ou discriminação por idade, ainda é um problema no ambiente de trabalho. Embora a contratação de colaboradores 50+ tenha aumentado, ainda há uma lacuna entre a necessidade de recolocação desses profissionais e a disposição das empresas em contratá-los.
Portanto, é essencial que as empresas continuem a desenvolver e implementar iniciativas para promover a inclusão e a diversidade etária no local de trabalho.