05 de Novembro de 2024 | Larissa Gabriel Alvares
Mãos sobre pernas | Créditos: Parij Photography – Pexels
Mais de 400 iniciativas e 30 frentes relacionadas a longevidade foram identificadas pelo país
O Lab Nova Longevidade, juntamente com a organização Ashoka, Instituto Beja e Itaú Viver Mais, lançou o primeiro Mapeamento de Inovação Social em Longevidade no Brasil. A pesquisa tem como objetivo identificar e promover a conexão entre atores que estão ajudando a repensar o envelhecimento no país.
“O envelhecimento populacional é um fenômeno global assim como a revolução tecnológica que acompanha essa evolução etária, transformando o modo ‘como nossos pais’ e também avós acessam recursos de saúde, buscam informação, trabalham, votam, participam e contribuem para suas famílias, comunidades e sociedade. Não somos os mesmos. Vivemos mais e queremos viver melhor, longe do aposento, destino culturalmente reservado aos aposentados até pouco tempo atrás.”, relata o Nova Longevidade em seu site.
A metodologia do projeto foi composta por três fases: mapeamento do ecossistema (onde houve coleta e análise de dados via formulário online); perspectivas do ecossistema (onde foram realizadas entrevistas com principais atores do meio); e insights sistêmicos do ecossistema (onde, através das respostas, foram extraídos insights considerando sete dimensões: econômica, política, legal, organizacional, cultural, tecnológica e de métricas).
Na matéria de hoje, vamos compilar os pontos mais importantes desta análise:
Iniciativas e frentes pelo Brasil
Foram identificadas 403 iniciativas e 30 frentes de ação que visam repensar a longevidade do Brasil. Além do Distrito Federal, 25 dos 26 estados brasileiros participaram do mapeamento com pelo menos uma iniciativa. As exceções foram os Estados do Acre e de Rondônia, na Região Norte.
Em relação às maiores concentrações de iniciativas, estão São Paulo (42,2%), Rio de Janeiro (10,2%), Minas Gerais (9,7%), Pernambuco (7,2%), Rio Grande do Sul (5,2%) e Bahia (5,0%).
Maturidade das iniciativas e linha de inovação
Das iniciativas mapeadas 98,5% possuem 5 anos ou mais de atuação. Além disso, 98,5% delas acreditam causar impacto social com seu trabalho. Em relação a contribuição das iniciativas em temas relacionados à longevidade, o “Envelhecimento Saudável” representou a maior parte das respostas, com 82%. Já o menor tema foi “Educação Midiática”, responsável por 17% das respostas.
Inclusão intergeracional
O mapeamento mostrou a percepção do ecossistema (respondentes) sobre os efeitos negativos do idadismo (estereótipos, preconceitos e à discriminação em relação à idade) em suas manifestações culturais, institucionais e interpessoais. Na economia, o fator tem forte relação com a exclusão de pessoas idosas do mercado de trabalho. Na política, foi apontado como motivo para que cidadãos e representantes se afastem da pauta do envelhecimento, evitando a identificação com o tema. No indivíduo, o autoidadismo foi identificado como limitante para aprendizado e participação.
Ajudando a redefinir as percepções sociais sobre o envelhecimento, 74% das iniciativas identificaram a promoção de conexão social e/ou colaboração intergeracional como uma de suas prioridades, impulsionando a inovação, o aprendizado e expandindo as oportunidades de participação. Ainda, a inclusão e o letramento digitais foram apontados como condicionantes para participação e envolvimento significativo de pessoas idosas na sociedade.
No entanto, o ecossistema apontou para a ausência de uma cultura do cuidado, que se desdobra na falta de consciência, preparo, reconhecimento e suporte aos cuidadores informais e familiares.
Barreiras para uma sociedade participativa e equitativa
A educação foi identificada pelo ecossistema como uma das principais barreiras para uma sociedade participativa e equitativa para todas as idades. Em suas seis vertentes foram categorizadas em: Educação Formal; Capacidade de Informação e Tomada de Decisão; Aprendizado ao Longo da Vida; Formação em Geriatria e Gerontologia; Educação para Saúde; e Educação para Longevidade.
As demais barreiras observadas foram:
- – Desigualdades acumuladas ao longo da vida;
- – Na fila por saúde de qualidade;
- – O direito de ir e vir e de participar;
- – Garantias para envelhecermos como cidadãos;
- – Uma cultura jovem-cêntrica.
6 conselhos para o ecossistema
Como conclusão da pesquisa, o mapeamento traz um conjunto de seis análises feitas em conjunto com o “Cérebro Nova Longevidade”, a Inteligência Artificial (IA) especialista em Inovação Social para Longevidade. A IA tem como objetivo ser uma sabedoria coletiva a serviço de inovadores sociais atuando no campo da longevidade. Seguem os seis conselhos para o ecossistema abaixo:
01) Construa uma narrativa positiva sobre o envelhecer;
02) Valorize experiências de forma holística;
03) Produza e dissemine conhecimento qualificado;
04) Incentive a inovação;
05) Concentre-se em oportunidades econômicas;
06) Crie demanda por meio da visibilidade.