5 de Dezembro de 2023 | Redação
Estimativa de vida aumenta no Brasil – Crédito: Divulgação
Novas informações divulgadas pelo IBGE revelam um avanço notável na expectativa de vida no Brasil, apontando para um cenário de maior longevidade. Esse crescimento é fruto de mudanças comportamentais e do desenvolvimento urbano, refletindo-se no acesso expandido à infraestrutura e saneamento básico tanto em áreas rurais quanto urbanas. A redução de doenças infecciosas está diretamente ligada a esses avanços, além da eficácia das campanhas de imunização que têm controlado e erradicado patologias que anteriormente geravam altos índices de mortalidade ao longo do século XX.
Com o Brasil testemunhando um aumento expressivo na longevidade ao longo das últimas décadas, a expectativa de vida saltou de 45,5 anos em 1940 para 76 anos em 2017, um incremento significativo de 30,5 anos.
Segundo dados das Tábuas da Mortalidade, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Rio de Janeiro no último 29 de novembro, a expectativa de vida ao nascer no Brasil em 2022 alcançou 75,5 anos. Este dado, que reflete a longevidade dos brasileiros, apresentou uma recuperação parcial no ano passado, após dois anos consecutivos de declínio em 2021 e 2020, períodos marcados pelas consequências da pandemia de covid-19.
Diferentemente dos anos anteriores, este estudo foi construído com base no Censo Demográfico de 2022, em contraste com projeções populacionais revisadas em 2018, que se baseavam no Censo de 2010 para calcular a expectativa de vida.
Esses números revelam os impactos inéditos da pandemia de covid-19 na expectativa de vida dos brasileiros, levando o IBGE a revisar os dados divulgados anteriormente. As estimativas preliminares apontam que, em 2020, a expectativa de vida foi de 74,8 anos, ou seja, dois anos a menos do que o anteriormente estimado em 76,8 anos. Já em 2021, considerado o ano mais crítico da pandemia em termos de mortalidade, a projeção foi de 72,8 anos, representando uma diminuição de 4,2 anos em relação aos 77 anos publicados anteriormente.
Izabel Marri, pesquisadora do IBGE diz, em entrevista à Agência Brasil que “A esperança de vida de 2022 é como se a gente recuperasse um pouco a esperança de vida em relação ao pior ano da pandemia. Passado o pior ano, com o maior aumento de óbitos do mundo, a gente consegue recuperar um cálculo de esperança de vida ao nascer”, afirma Marri.
Marri acredita que, em 2023, cujos dados sairão apenas em 2024, a expectativa de vida continuará crescendo, recuperando as perdas ocorridas durante a pandemia. “A gente já recuperou um pouco o nível de esperança de vida ao nascer e a gente tende a recuperar um pouco mais no próximo ano”, argumenta a pesquisadora.
Ainda de acordo com a Agência Brasil, foi apurado que em relação aos sexos, a expectativa de vida das mulheres ficou em 79 anos, abaixo dos 80,1 anos de 2019, enquanto a dos homens ficou em 72 anos, taxa também inferior aos 73,1 anos de 2019. A probabilidade de morte do recém-nascido – registrada em 2022 – ficou em 12,84 por mil nascidos vivos, acima dos 11,94 por mil de 2019. Entre os homens, a taxa foi de 13,94 (superior aos 12,85 de 2019), enquanto entre as mulheres foi 11,69 (maior que os 10,98 de 2019).