19 de Agosto de 2025 | Redação The Silver Economy

Créditos: Andrea Piacquadio – Pexels
Pesquisas mostram crescimento do uso de redes sociais entre os 60+, com impactos positivos na saúde mental, mas também alerta para prevenção contra golpes virtuais
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada em julho de 2025 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2016 e 2024, a presença de idosos no ambiente digital cresceu de forma expressiva: o total de usuários dessa faixa etária passou de 6,5 milhões para 24,5 milhões. O salto representa um aumento de 278%, praticamente quadruplicando em menos de uma década. Em termos proporcionais, isso significa que, enquanto em 2016 apenas 44,8% das pessoas com 60 anos ou mais estavam conectadas, em 2024 o índice chegou a 69,8%.
Para o especialista comportamental Jotta Junior, cofundador do canal Longidade, esse avanço evidencia o potencial transformador da inclusão digital na terceira idade: “O mundo digital proporciona pertencimento. Muitos longevos encontram em grupos online, redes sociais e oficinas de inclusão digital uma oportunidade de aprendizado e de troca. Isso fortalece a autoestima, amplia a rede de relacionamentos e combate a solidão, que é um dos grandes desafios dessa faixa etária.”
O psicólogo Francisco Carlos Gomes, também cofundador do Longidade, acrescenta: “Quando bem orientado, o uso das redes sociais pode estimular o contato social, a memória e até mesmo a criatividade. O idoso que se conecta, participa de cursos online ou interage em grupos virtuais tende a relatar menos sintomas de ansiedade e depressão, porque sente que ainda pode contribuir e fazer parte do presente.”
Diversas iniciativas destacam-se nesse panorama, como oficinas de inclusão digital em centros de convivência e programas de capacitação em ferramentas digitais, que ajudam a reduzir a exclusão social e promover bem-estar.
Mas também existe um alerta importante: à medida que os idosos se tornam mais conectados, aumenta também a vulnerabilidade a golpes online. Phishing, clonagem de WhatsApp, falsas ofertas e fraudes de assistentes que se passam por familiares são algumas das ameaças mais comuns.
Especialistas recomendam cuidados como:
- – Evitar clicar em links suspeitos recebidos por mensagem ou e-mail;
- – Nunca compartilhar códigos recebidos via SMS, como aqueles usados em autenticação de dois fatores;
- – Baixar aplicativos apenas de fontes oficiais (Google Play ou App Store).
- – Consultar familiares, centros de convivência ou instituições confiáveis caso receba mensagens incomuns ou pedidos de dinheiro.
Com o envelhecimento da população brasileira, investir em inclusão digital é investir também em qualidade de vida, mas inclusão consciente e segura. Para os cofundadores, a tecnologia pode ser aliada da longevidade, desde que acompanhada de proteção e orientação adequadas.