Brasileiros estão vivendo mais, aponta estudo que revela estimativa de chegada aos 76,4 anos

29 de Agosto de 2024 | Larissa Gabriel Alvares

Crédito: Pexels – Lukas

Segundo o IBGE, proporção de pessoas 60+ na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023.

Neste mês de agosto foram divulgadas as Projeções da População, pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2023. O levantamento registrou um aumento da expectativa de vida do brasileiro, aumento da população longeva e da idade média no país, entre outros resultados, confira os destaques:

– Esperança de vida ao nascer subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023, e deve chegar aos 83,9 anos em 2070;
– De 2000 a 2023, a proporção de idosos (60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos;
– A idade média da população era de 28,3 anos em 2000, subiu para 35,5 anos em 2023 e deve chegar aos 48,4 anos em 2070;
– Segundo as Projeções de População do IBGE, após atingir seu máximo (220.425.299 habitantes) em 2041, a população do país vai diminuir, chegando aos 199.228.708 habitantes em 2070;
– De 2000 a 2023, a taxa de fecundidade do país recuou de 2,32 para 1,57 filho por mulher.

Aumento da expectativa de vida e da população longeva

No país, a esperança de vida ao nascer subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023. Entre os homens, esse indicador foi de 67,3 anos para 73,1 anos, no período, e entre as mulheres, de 75,1 anos para 79,7 anos. As projeções para 2070 indicam uma esperança de vida de 83,9 anos, sendo 81,7 anos para homens e 86,1 anos para mulheres.

A gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, Izabel Marri, contou em divulgação os motivos deste aumento: “Temos observado o aumento desse indicador há algum tempo, com ganhos de anos de vida em todas as idades, principalmente devido aos avanços da medicina”.

De 2000 para 2023, a proporção de pessoas 60+ na população brasileira subiu de 8,7% para 15,6%. O total de idosos passou de 15,2 milhões para 33,0 milhões, no período. Estima-se que em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos, o que corresponderá a 75,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.

A idade média da população ilustra esse aumento: em 2000, era de 28,3 anos, em 2023, subiu para 35,5 anos. Para 2070, a idade média projetada da população brasileira é 48,4 anos. A tendência de envelhecimento da população não é exclusiva do Brasil. O Japão e países da Europa também vivem o fenômeno de uma população majoritariamente acima dos 60 anos.

Ápice e diminuição da população brasileira

Segundo os resultados do IBGE, sairemos dos atuais 203 milhões de habitantes para 220 milhões em 2041, quando atingiremos o ápice da população brasileira. A partir do ano seguinte, os números devem decair até chegar a 199,2 milhões em 2070.

Para projetar a variação populacional, são levados em contas indicadores como taxa de fecundidade (número de filhos por mulher), a expectativa de vida e a migração. Atualmente, a queda da taxa de fecundidade é o principal fator responsável pela diminuição da população nos próximos anos.

De 2000 a 2023, o número passou de 2,32 para 1,57 filho por mulher. De acordo com os pesquisadores do instituto, esta queda está relacionada a mudanças nos padrões familiares e nas decisões reprodutivas ao longo das últimas décadas.

A idade média em que as mulheres brasileiras têm filhos aumentou. Em 2000, era de 25,3 anos; em 2020, subiu para 27,7 anos, e as projeções indicam que essa média deverá atingir 31,3 anos em 2070.

A diminuição na taxa de fecundidade e o adiamento da maternidade impactaram diretamente o número de nascimentos anuais no país. Em 2000, ocorreram cerca de 3,6 milhões de nascimentos por ano, número que caiu para 2,6 milhões em 2022. A previsão é que esse número caia ainda mais, para 1,5 milhão em 2070.

Envelhecer no Brasil não é igual para todo mundo

O Portal Drauzio Varella trouxe uma matéria em 2023 que explicava como questões sociais, de raça e de gênero têm um grande impacto no processo de envelhecimento. Esses fatores alteram a idade média e a expectativa de vida de cada estado e região do país, uma vez que o acesso à saúde, saneamento básico, moradia e outras necessidades básicas são desiguais no Brasil.

Beatriz Zolin, jornalista do portal, discorre em sua matéria:

“O envelhecimento é um processo natural que envolve alterações fisiológicas, estruturais e químicas nas células. Mas essa mudança biológica inerente à vida não é igual para todas as pessoas. Além das questões físicas, o gênero, o contexto social e a raça têm um peso enorme nesse processo, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil, repleto de desigualdades e com um racismo que permeia a cultura.

O primeiro dado que mostra a realidade do cenário local é a relação entre expectativa de vida e riqueza. Em Santa Catarina, estado com uma das maiores rendas médias per capita do Brasil, uma pessoa vivia em média 79,9 anos em 2019, segundo a última pesquisa sobre o assunto divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, no Maranhão, cuja renda é a menor do Brasil, a expectativa média de vida naquele ano foi de 71,4 anos.”

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