A ascensão do mercado maduro

29 de Janeiro de 2024 | Hever Costa Lima

O público maduro tem um padrão de consumo distinto

Crédito: Freepik

Entendendo o consumo do público maduro: Oportunidades de negócios emergentes

O perfil de consumo das pessoas maduras, definidas como aquelas com mais de 50 anos, tem atraído cada vez mais a atenção do marketing empresarial. Este segmento populacional está crescendo rapidamente tanto no Brasil quanto no mundo, mas ainda é pouco compreendido pelo mercado.

No Brasil, a cada 21 segundos, uma pessoa alcança a idade de 50 anos. O país está passando por um período de envelhecimento moderado, com mais pessoas acima de 50 anos do que adolescentes de 17 anos. Esta tendência é observada em toda a América Latina, a região que envelhece mais rapidamente no mundo. No entanto, o mercado parece não estar ciente do enorme potencial dos negócios voltados para o público maduro, que está em constante crescimento e busca ser bem atendido.

Cerca de 37% das pessoas maduras tendem a comprar itens para uso pessoal, 36% preferem produtos domésticos e 18% compram presentes para a família, de acordo com a Tsunami Latam.

O recente estudo Tsunami Latam, coordenado pelo laboratório Data8, reforçou a importância da Economia Prateada. Este conceito já havia sido destacado em pesquisas anteriores, como Tsunami 60+ (2018) e Tsunami Prateado (2021). Os dados desses estudos geraram insights valiosos, mostrando que as pessoas maduras têm necessidades específicas que não devem ser generalizadas, estereotipadas ou subestimadas.

A pesquisa Tsunami Latam revelou que o público maduro tem um padrão de consumo distinto. Cerca de 37% das pessoas maduras tendem a comprar itens para uso pessoal, 36% preferem produtos domésticos e 18% compram presentes para a família. A saúde é uma prioridade para 73% dos brasileiros com mais de 55 anos, indicando uma inclinação natural para produtos e serviços de cuidados pessoais que atendam às suas necessidades específicas.

O estudo, por exemplo, aborda a legibilidade dos rótulos é crucial, com letras maiores facilitando a leitura das informações. A acessibilidade também é uma consideração importante no layout das lojas, incluindo a altura das prateleiras e a disposição dos produtos

Com a expectativa de vida média se aproximando dos 80 anos, muitos idosos permanecem economicamente ativos, mesmo após a aposentadoria, diz Márcia Sena, CEO da Sênior Concierge

Márcia Sena, CEO da Sênior Concierge e especialista em longevidade ativa, ressalta que a crescente expectativa de vida no Brasil, que atualmente é de 75,5 anos, tem um impacto profundo na economia do país. Esse fenômeno deu origem ao termo “economia prateada”, que se refere ao mercado voltado para a população madura.

Ela destaca que a aposentadoria não significa mais um período de inatividade na vida das pessoas. Com a expectativa de vida média se aproximando dos 80 anos, muitos idosos permanecem economicamente ativos mesmo após a aposentadoria. As empresas estão começando a reconhecer que a população idosa tem demandas e necessidades específicas, assim como qualquer outra faixa etária. Isso tem incentivado a criação de um novo setor comercial dedicado a atender a essa população.

Estratégias de mercado  

As estratégias que as empresas podem adotar para atender melhor ao mercado da longevidade passa primordialmente pela capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças do negócio, o que pode envolver a superação das crescentes expectativas dos clientes, a adoção da tecnologia como um elemento central do serviço ou produto, a utilização de dados como um recurso valioso e a inovação na organização. 

De acordo com o estudo Tsunami Latam, é crucial que as empresas entendam o comportamento do seu público-alvo, reconhecendo suas necessidades, insatisfações e desejos, para que possam atender efetivamente a esses clientes e encantá-los em um relacionamento pós-venda mais duradouro. 

Um erro comum nos negócios voltados para o público maduro é a generalização desse grupo. As preferências e necessidades variam de acordo com a idade e o local de residência, especialmente no mercado latino-americano. O estudo abordou essa questão, realizando análises específicas e segmentando esse público em duas gerações predominantes. 

A “Geração Prateada” é composta por indivíduos nascidos entre 1946 e 1964, que vivenciaram o período pós-guerra e a consolidação do capitalismo. Influenciados por este contexto, desenvolveram crenças relacionadas à escassez, mas também lideraram movimentos de contracultura, promovendo ideais de igualdade e liberdade. De acordo com o estudo Tsunami Latam, 55% dessa geração ainda estão no mercado de trabalho, 36% são aposentados, a maioria vive com o cônjuge, tem filhos. Além disso, 47% sentem que não são vistos pelas empresas, marcas e governo. 

Por outro lado, a “Geração Invisível”, também conhecida como Geração X, inclui pessoas nascidas entre 1965 e 1979. Esta geração, marcada pelo início da globalização e do avanço tecnológico, valoriza a acumulação de riqueza e bens materiais. Acreditam que, com dedicação ao trabalho, podem realizar seus desejos pessoais. Isso explica por que 78% dos entrevistados dessa faixa etária continuam ativos profissionalmente. Essa geração também assume grandes responsabilidades familiares, com 28% ajudando financeiramente filhos ou netos, 15% apoiando os pais financeiramente e 20% nas atividades diárias.

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