01 de Outubro de 2024 | Larissa Gabriel Alvares

Casal de maduros se abraçando | Imagem de Alisa Dyson por Pixabay
No dia 01 de Outubro é comemorado o Dia Nacional e Internacional da pessoa idosa. A data foi instaurada para homenagear, conscientizar e ao mesmo tempo sensibilizar a população em assuntos que tangem a população com 60 anos ou mais, desde conquistas políticas até reflexões sobre o envelhecimento.
A comemoração internacional foi instituída por meio de Resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) nº 45/106, de 14 de dezembro de 1990. E o “Dia Nacional do Idoso” foi criado pela Lei nº 11.433, de 28 de dezembro de 2006.
Segundo indicadores do IBGE, pela primeira vez, há mais idosos que jovens no Brasil. Essa mudança foi registrada em 2023, quando o percentual da população idosa de 15,6% ultrapassou os 14,8% dos que têm entre 15 e 24 anos. Outro ponto que ilustra a mudança no padrão etário do país é a idade média da população, que era de 28,3 anos em 2000 e subiu para 35,5 anos em 2023. Para 2070, a idade média projetada da população brasileira é 48,4 anos.
No âmbito político, questões que tangem aposentadoria, proteção a pessoa idosa e garantia de acesso à saúde ganham mais espaço para discussão. O Ministério da Saúde compila cinco datas importantes para a saúde da pessoa idosa:
- – 15 de junho: Dia mundial de conscientização da violência contra a pessoa idosa;
- – 24 de junho: Dia Mundial de Prevenção de Quedas;
- – 26 de julho: Dia dos avós;
- – 21 de setembro: Dia de Conscientização sobre a Doença de Alzheimer;
- – 1º de outubro: Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa.
Longevidade ativa e etarismo
O perfil da população madura vem se transformando ao longo das décadas. Especialistas em longevidade destacam o crescimento da chamada longevidade ativa, que valoriza hábitos que estimulam a independência física e financeira das pessoas com 60 anos ou mais. Esse movimento se reflete no avanço da chamada economia prateada, que já movimenta mais de R$ 900 bilhões em renda, segundo a consultoria SeniorLab.
Um marco importante neste campo é o livro “A Trilha da Longevidade Brasileira: Os segredos de quem alcançou a vida longa, plena, saudável e feliz”, de Martin Henkel, João Senger, Emílio H. Moriguchi e outras colaboradoras. A obra sintetiza 30 anos de pesquisas do Projeto Veranópolis, trazendo análises sobre as “zonas azuis”, ou seja, regiões do mundo onde os índices de longevidade são mais expressivos, destacando a relevância da alimentação e outros hábitos em comunidade para a saúde a longo prazo. Nesse contexto, surge a chamada “longevidiet”, compilação de práticas e alimentos associados a uma vida mais saudável e duradoura.
Apesar dos avanços, o etarismo ainda é um desafio significativo. O Relatório Mundial sobre Idadismo, da Organização Mundial da Saúde (OMS), define o conceito como “estereótipos (como pensamos), preconceitos (como nos sentimos) e discriminação (como agimos) direcionadas às pessoas com base na idade que têm”. Muitas vezes, ele se manifesta em detalhes cotidianos, como placas que simbolizam a pessoa idoso curvada com uma bengala, que reforça uma visão de fragilidade. Para compreender melhor esse fenômeno, uma boa referência é o livro “Etarismo: Um novo nome para um velho preconceito”, de Fran Winandy, pioneira em estudos sobre o tema, especialmente no contexto empresarial.