15 de Agosto de 2025 | Redação The Silver Economy

Créditos: Barbara Olsen – Pexels
Com a queda das temperaturas, mudanças fisiológicas e de rotina torna o sistema imunológico mais vulnerável às enfermidades
A chegada do inverno traz mudanças que vão muito além da temperatura. Para a população idosa, esse período exige cuidados redobrados. As baixas temperaturas afetam diretamente o funcionamento do organismo, tornando o corpo mais suscetível a doenças respiratórias, agravamento de condições crônicas e alterações no comportamento, como isolamento social e desânimo.
Especialistas alertam que o frio impõe uma série de desafios que podem impactar diretamente a qualidade de vida.“Durante o inverno, o organismo do idoso tende a reagir de forma mais sensível. A circulação periférica fica mais lenta, o que pode aumentar a sensação de cansaço, dores musculares e até confusão mental. É um momento em que a atenção ao detalhe vira cuidado preventivo”, explica a Dra. Roberta França, médica especialista em Geriatria e Psiquiatria e parceira da Bigfral, marca líder em cuidado adulto.
Entre os principais pontos de atenção está o funcionamento da bexiga, que pode se tornar mais ativo durante o frio. Isso ocorre porque o corpo tende a eliminar mais líquidos para manter a temperatura interna equilibrada. Porém, muitos evitam levantar-se à noite, seja pelo frio, pela dificuldade em remover roupas pesadas ou pelo receio de quedas, o que pode resultar em desconforto e até infecções urinárias. Por isso, recomenda-se o uso de cobertores adequados e, quando necessário, roupas íntimas descartáveis que garantam conforto e segurança durante a noite.
Também é importante manter o caminho até o banheiro sempre bem iluminado e livre de obstáculos. Tapetes escorregadios devem ser removidos, e barras de apoio podem ser instaladas para aumentar a segurança. Evitar o consumo excessivo de líquidos no período da noite pode ajudar a diminuir as idas ao banheiro, mas isso deve ser feito com equilíbrio para não causar desidratação.
Outro aspecto essencial é o estímulo à mobilidade. Mesmo nos dias mais frios, é fundamental que o maduro se mantenha ativo. Alongamentos orientados, caminhadas em locais seguros e atividades leves ajudam a preservar a autonomia e a evitar a perda de massa muscular.
Mesmo que o longevo não saia de casa, é possível criar uma pequena rotina de exercícios com música, dança suave ou mesmo atividades domésticas leves. A movimentação é vital para manter não só o corpo, mas também o humor em equilíbrio durante os dias mais cinzentos do inverno.
A exposição ao sol também tende a diminuir nos meses frios, reduzindo a produção de vitamina D, essencial para o sistema imunológico e a saúde óssea. “Nesse período, é importante avaliar com o médico a necessidade de suplementação e ajustar a alimentação para garantir a ingestão de nutrientes que fortaleçam o organismo”, completa Dra. Roberta França.
Não podemos esquecer da saúde emocional. O frio muitas vezes convida ao isolamento, mas é justamente nesse momento que a rede de apoio deve se fortalecer. Conversas, visitas, chamadas de vídeo e atividades que estimulem o vínculo familiar são essenciais. O afeto aquece mais do que qualquer cobertor.
A médica também reforça a importância de manter vacinas em dia, como a da gripe e a vacina pneumocócica, e redobrar a atenção a sinais de infecções silenciosas, como infecção urinária sem febre, comum nos idosos. “Mudanças de comportamento, confusão mental ou apatia súbita podem ser sinais de infecção mesmo na ausência de febre. Familiar atento é familiar que cuida.”