20 de Setembro de 2024 | Larissa Gabriel Alvares
Pessoas sentadas assistindo filmes e peças de teatro | Crédito: Pexels – Luis Quintero
Segundo o Informe Anual da Agência Nacional do Cinema, foram lançados 161 longas-metragens brasileiros e 254 estrangeiros em 2023
Peças de teatro, curta metragens, séries, novelas e filmes nacionais são a porta de entrada para que atores possam construir sua carreira no audiovisual. No Brasil, possuímos um órgão governamental responsável por regular e fiscalizar a indústria cinematográfica e videofonográfica nacional, a Agência Nacional do Cinema (ANCINE).
O Informe Anual do Mercado Cinematográfico 2023, realizado pela ANCINE e pelo Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA), revelou que foram lançados 161 longas-metragens brasileiros e 254 estrangeiros em 2023. Em um ano sem a Cota de Tela (nome dado à obrigação legal, existente em muitos países, de exibição de um mínimo de obras nacionais no cinema ou na televisão), os filmes nacionais levaram 3,7 milhões de espectadores aos cinemas em 2023, fatia que representa 3,2% do público.
No entanto, o resultado é 84,6% menor que em 2019, o que pode revelar o impacto que a pandemia de Covid-19 teve nas produções e na divulgação cinematográfica.
Segundo matéria publicada no site oficial do ministério da cultura:
“As análises do ano de 2023 são relevantes, uma vez que somadas às avaliações do início de 2024 deverão orientar as políticas públicas de fomento e regulação para o mercado cinematográfico deste ano”.
Na matéria de hoje, a equipe do The Silver Economy compilou oito atores com mais de 50 anos que construíram grandes carreiras no cinema e teatro brasileiro:
Andréa Beltrão (1963)
Crédito: @andreabeltrao.oficial
Andréa Beltrão é atriz e produtora brasileira, que possui papéis de destaque na TV, no cinema e no teatro. Andréa começou sua carreira na escola brasileira de teatro fundada em 1951, no Rio de Janeiro, pela escritora e dramaturga Maria Clara Machado, O Tablado. A escola é famosa por formar grandes nomes que ingressaram no cinema nacional. Os trabalhos mais conhecidos da atriz são em Tapas & Beijos (2011-2015), pela qual venceu um Prêmio Qualidade Brasil, e Hebe: A Estrela do Brasil (2019), que lhe rendeu a indicação ao Emmy Internacional de Melhor Atriz.
Aílton Graça (1964)
Crédito: @ailton_graca_oficial
Aílton Graça é ator, mestre de cerimônia e diretor de teatro. Antes da atuação, Aílton já foi fiscal de lotação, feirante, vendedor de loja de sapatos e servidor público do Estado de São Paulo no Hospital do Servidor Público Estadual. Suas premiações recentes pelo papel principal no filme Mussum, o filmis (2023) são no Festival Sesc Melhores Filmes (2024), vencendo como Melhor Ator Nacional, tanto pelo voto da crítica quanto pelo voto do público, e Veja Rio – Cariocas do Ano (2024) na categoria Cinema.
Hélio de la Peña (1959)
Crédito: Multishow em Wikimedia Commons
Ator e humorista, Hélio Antonio do Couto Filho nasceu na Vila da Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, e se formou em engenharia de produção na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Hélio é membro do grupo humorístico Casseta & Planeta (1986) e também participou da Banda Casseta & Planeta, conjunto musical formado pelos integrantes dos grupos de humor Casseta Popular (1970) e O Planeta Diário (1984-1992), além de ter sido um dos redatores do programa TV Pirata (1988-1990, 1992). Com o grupo Casseta & Planeta, escreveu e atuou nos filmes A Taça do Mundo É Nossa (2003) e Seus Problemas Acabaram (2006).
Zezé Motta (1944)
Crédito: Geraldo Magela/Agência Senado em Wikimedia Commons (2011)
Maria José Motta de Oliveira é uma atriz e cantora brasileira, considerada uma das maiores artistas do país, e expoente da cultura afro-brasileira. Pelos palcos do teatro desde o final da década de 1960, Zezé fez sua estreia profissional na peça Roda Viva (1967) de Chico Buarque. Logo foi reconhecida por seu talento e por sua potência vocal, seguindo também uma carreira profissional como cantora. Em 1968 estreou na novela da TV Tupi, Beto Rockfeller (1968-1969).
Entre suas premiações mais recentes, Zezé venceu o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2022 e 2019, como, respectivamente, Melhor Atriz Coadjuvante no filme Doutor Gama (2021), e como Prêmio Honorário pela sua carreira no cinema. Zezé é uma das personalidades agraciadas com a Ordem do Mérito Cultural, ordem honorífica dada a personalidades brasileiras e estrangeiras como forma de reconhecer suas contribuições à cultura do Brasil.
Mamma Bruschetta (1949)
Crédito: @mammabruschetta
Mamma Bruschetta Piccirillo Henrique é atriz e apresentadora de televisão brasileira. O que começou como apenas uma personagem se tornou, em 2021, seu nome registrado em documentos legais. Seus papéis como a italiana Condessa Gioconda na TV Mix (1987-1989), ET-Zero no programa Rá-Tim-Bum (1990-1994) e como júri do programa Show de Calouros (1977-1996) são os mais lembrados pelo público.
Selton Mello (1972)
Crédito: EquipeSM em Wikimedia Commons
Além de ator, Selton Figueiredo Melo é dublador, diretor e produtor brasileiro. Em sua primeira novela, Dona Santa (1981), seu sobrenome foi grafado errado nos créditos, com duas letras l’s. Mas Selton gostou e assumiu o nome artístico com apenas oito anos de idade. Seu irmão, Danton Figueiredo Melo também é ator e dublador brasileiro. Entre algumas das premiações recentes de Selton, estão: Troféu Internet (2022), como Melhor Ator, e o Prêmio F5 (2021), como Melhor Ator de Novela, ambos pela telenovela Nos tempos do imperador (2021-2022).
Fernanda Montenegro (1929)
Crédito: VIVA em Wikimedia Commons
Arlette Pinheiro Monteiro Torres, mais conhecida como Fernanda Montenegro, é atriz e escritora brasileira. Frequentemente é relacionada a títulos como “grande dama da dramaturgia brasileira” pelo extenso trabalho no cinema, teatro e televisão. Fernanda foi a primeira atriz contratada pela TV Tupi em 1951, onde estrelou dezenas de teleteatros, e já trabalhou nas principais emissoras do Brasil, como Band, TV Cultura, Record e Globo, além das extintas TV Excelsior, TV Rio e Rede Tupi. A artista foi a primeira brasileira a vencer o 41º Emmy Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação em Doce de Mãe (2013), no ano de 2013.
Sua atuação em Central do Brasil (1998) lhe deu indicação ao Oscar de Melhor Atriz durante a edição de 1999.
Fernanda Torres (1965)
Crédito: Bob Wolfenson em Wikimedia Commons
Seguindo os passos da mãe, Fernanda Pinheiro Torres possui uma sólida carreira no teatro, no cinema e na televisão, tendo começado no ramo da atuação com apenas treze anos de idade. Também é escritora, apresentadora, cronista e roteirista. Entre suas principais premiações, está a Palma de Ouro de Melhor Atriz no festival de Cannes de 1986, pelo filme Eu Sei Que Vou Te Amar (1986).
Neste ano, a atriz pode trabalhar em uma produção brasileira ao lado de sua mãe, Fernanda Montenegro, no filme Ainda Estou Aqui (2024), onde ambas interpretam a mesma personagem em diferentes fases da vida.