Longevidade em foco: as tendências que moldam o futuro

01 de Fevereiro de 2024 | Hever Costa Lima

As tendências são impulsionadas pelo envelhecimento da população representa 20% do consumo no país

Crédito: Freepik

Os especialistas do mercado da longevidade destacam as tendências do segmento que, por natureza é diverso, afinal estamos tratando de pessoas e a diversidade etária se aplica perfeitamente no contexto. O editor do site Mondo 50+, Jorge Rocha, afirma que as organizações estarão mais preparadas para a contratação de talentos diversos, promovendo a intergeracionalidade nos ambientes de trabalho e a promoção de uma cultura de inclusão. 

Visto por essa perspectiva, a diversidade etária tem um impacto direto na administração das organizações, exigindo a implementação de estratégias inclusivas para os produtos e serviços. Isso requer um entendimento e atendimento das necessidades do público maduro, que representa 20% do consumo no país.  

Editor do site Mondo 50+, Jorge Rocha – Crédito: Arquivo pessoal

Essas tendências são impulsionadas pelo envelhecimento da população e representam uma mudança significativa na forma como as empresas e a sociedade em geral abordam a longevidade. 

Nos países com maior longevidade, a expectativa de vida já supera os 80 anos. O Japão, juntamente com algumas regiões da Europa e América do Norte, faz parte desse grupo. Estima-se que, até 2030, a expectativa de vida nesses locais chegue a 83 anos para os homens e 86 anos para as mulheres. 

No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro tem mostrado uma tendência de crescimento ao longo dos anos. De acordo com o Censo de 2022, o brasileiro ao nascer tende a viver até os 75,5 anos. No entanto, esses números podem variar devido a diversos fatores, incluindo mudanças demográficas e condições de saúde da população. 

No mesmo artigo sobre a longevidade, Cléa Klouri, sócia fundadora do Data8, empresa de pesquisa e inovação com foco nos 50+, avalia que a segunda tendência é a inteligência artificial (IA). “No que diz respeito à longevidade, a IA será usada para aumentar a expectativa de uma vida mais longa e saudável, identificando padrões e avanços na pesquisa sobre qualidade de vida”.  

Cléa Klouri, sócia fundadora do Data8 – Crédito: Arquivo pessoal

Além disso, disse a executiva, “a IA será usada para monitorar e prever doenças relacionadas à idade, permitindo uma resposta mais rápida e melhor gerenciamento dessas condições”. Isso envolve a criação de métodos personalizados capazes de identificar indícios iniciais de doenças como o Alzheimer, por exemplo. Além disso, avalia Cléa, a IA tem potencial para ajudar a mitigar a solidão, um dos principais desafios enfrentados durante o envelhecimento. 

O CEO e fundador da Maturi, empresa que conecta organizações com profissionais 50+, Mórris Litvak afirma que a população madura se interessa cada vez mais pela tecnologia. Com isso, as empresas precisam se concentrar em desenvolver soluções tecnológicas que sejam amigáveis para o público sênior. “Isso engloba interfaces intuitivas, suporte personalizado e tecnologias assistivas. A tendência é que a tecnologia se torne um instrumento essencial para manter a geração 50+ conectada, engajada e ativa, tanto no mercado de trabalho quanto em aspectos sociais e de saúde”. 

O CEO e fundador da Maturi, Mórris Litvak – Crédito: Arquivo pessoal

Outra tendência apontada por Litvak é o ambiente de trabalho intergeneracional, promovendo a diversidade. Na prospecção do executivo, as empresas progressistas começarão a adotar políticas e práticas que incentivem a inclusão de trabalhadores mais velhos, reconhecendo a importância da experiência e sabedoria que eles trazem.  

Ele ainda explica que para 2024, haverá um foco em programas de mentoria reversa, onde trabalhadores mais jovens e mais velhos podem compartilhar conhecimentos e habilidades, enriquecendo o ambiente de trabalho com uma troca de perspectivas entre diferentes gerações. 

O executivo Martin Henkel, CEO da SeniorLab, consultoria para o mercado 60+ sob os aspectos do comportamento e consumo, aponta, como tendência do ano, o despertar para o eleitor com 60 anos ou mais. Até o momento, diz ele, esse público tem sido negligenciado ou tratado como um foco secundário. De acordo com as projeções da SeniorLab, baseadas em dados brutos do IBGE e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esse grupo representa nada menos que 28% dos eleitores aptos.  

Martin Henkel, CEO SeniorLab – Crédito: Arquivo pessoal

“Embora a participação não seja obrigatória após os 70 anos de idade, esse eleitor deseja participar ativamente de eleições que definirão o futuro de sua cidade, bairro e saúde pública”. Henkel, classifica esse grupo etário como racionais e como eleitores, eles são céticos em relação a promessas vazias ou slogans impactantes. “Para convencê-los, será necessário mais do que um bom “produto”, será necessário um profundo conhecimento sobre o Marketing 60+”. 

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